Neste contexto de 50 anos do Golpe que deu
início ao regime ditatorial militar, me pergunto: certo que a ditadura acabou,
a democracia chegou, mas e a liberdade? Esta veio e logo foi usurpada.
Começando lá nas Eleições Diretas em 89, teve gente que lutou com o povo,
chorou com o povo, mas não continuou pelo povo, continuou pelo poder, amou o
poder e se estabeleceu. Virou profissão, meio de vida.
Não temos muito que comemorar, olhemos para
nossas maiores referências políticas cogitadas para o governo, ou que já foram
governadores, todos têm mais de quase todos 60 anos, tudo mudou, mas as
oligarquias não. Quando encontramos algum jovem iniciante no seguimento
político, este sempre traz consigo o nome do pai, ou avô, seguido do agnome
“Filho”, “Neto” ou “Junior”. Já em muitos dos casos, um real comprometimento
com o crescimento sustentável da sociedade, nada. Inovação pior, sempre o mesmo
intento de manter o seu clã no poder.
Vivemos tempos difíceis, tudo bem. Embora,
saibamos que a atual forma de governo, republicana, em tese é a melhor, claro!
Mas os eleitos, uma vez detentores do poder, buscaram seus próprios interesses.
Veja a fórmula, é simples: tira-se meios de dignidade (trabalho, sustento
próprio, capacidade intelectual, e consequentemente laborativa) e se cria meios
de dependência (as “bolsas”), pior que elas se justificam no cenário atual, se
tirarem elas, tem guerra!
É lamentável ver que estamos regredindo, essa
é palavra. Para ser um administrador da casa, a república (res = coisa; publica
= do povo) deveria ser alguém que tivesse consciência humana responsável e
ética para isso. Fazer sua parte e entregar a outro.
O pior disso tudo é a maneira que a república
se consolidou que não é interessante para ao povo. A doença do Brasil está como
um câncer, maligno, silencioso, fatal, que espera sua hora para aparecer
arrasando tudo, é o que vai acontecer depois desta "copa". E o povo,
claro quem paga a conta.
Outro aspecto controverso é a bagagem
legislativa que possuímos. Temos as leis mais avançadas do mundo. A
Constituição Federal é esplêndida, foi a primeira no mundo a trazer em sede
constitucional a matéria dos direitos coletivos, o ECA super garantista e
protetor, a Lei de Execuções Penais, por exemplo, é simplesmente fantástica,
mas nunca correspondeu à realidade. No papel somos muito felizes e temos todos
os direitos fundamentais assegurados, mas a execução como o amigo comentou é
distante da sua finalidade.
Se observarmos no bojo do Estatuto da Criança
de do Adolescente, Lei o ECA, o Brasil estabeleceu o limite para a maioridade
penal em meados dos anos 90, no plano ideológico da lei, o país iria se
encarregar de cumprir seu papel em formar jovens prontos para o mundo, para o
mercado, para serem novos pais de família, mas os responsáveis pelas
instituições executoras corromperam-se, prostituiram-se, pela sua omissão e
visaram a remuneração, criaram os “monstros mirins” que estão aí protagonizando
terror em nossos telejornais, porque a plano é esse mesmo: “emburrecer,
“bestializar”, “hostilizar”, “excluir” e “marginalizar”, deixá-los à margem
mesmo “ah, eles não! Eles não como nós! São raça inferior!”.
Este é o discurso da elite governante. E sabe
como nos convencem? Ordenando que os canais de televisão explorem a temática
pretendida, nos jornais, nas novelas e documentários encomendados para moldar a
opinião pública a favor dos seus interesses. Por isso que o jovem não gosta de
política, não é levado a pensar, não tem sentimento patriota, tampouco dever
cívico.Para eles o país se lixe, eles querem saber do carro, do som, da balada,
do sexo, se tornando esse mesmo jovem depois o inimigo da mesma sociedade
hipócrita omissa.
Então a lógica do governo é simples, assim: cria-se
o problema, divulga-se o problema, amedronta-se, depois se divulga a solução e,
por fim, aplica-se (da pior forma).
Enquanto a cultura no Brasil for de que “a
coisa pública é de ninguém, logo eu posso me apoderar”, ou “se eu não fizer os
outros fazem”, e a máxima, “o povo se contenta com qualquer coisa, logo faz de
qualquer jeito, mas para nós (os melhores, os eleitos, a elite), o melhor”,
será disso a pior! E o “Zé Povim” será sempre instrumento de eleição, até que
se arranje outro meio mais em conta que gastar milhões em eleições. Sobre isso,
já houve quem denunciou, inclusive no Congresso, as fraudes em urnas
eletrônicas para favorecer determinados candidatos.
Aí é
que o “Titeleitorau” do pobre não valerá mais nada”
Danilo Henrique
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